domingo, 27 de janeiro de 2013

Polícia Civil RJ, Polícia Federal  Polícia Militar  juntos contra o Crime Organizado
Tolerância Zero 

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Oportunidade - Grupo de Estudos


Buenas pessoal!!!

Já comentei antigamente sobre uma das ferramentas que mais me ajudou no processo de seleção para a PF. O Grupo de Estudos!

Para mim, o Grupo de Estudos Rumo à PF foi essencial, um grande diferencial. 
Eis que esse mesmo grupo está passando por uma reestruturação e está recrutando novos membros.

Requisitos básicos para o ingresso no grupo são:

 - Comprometimento com as datas(seleção de questões, resolução dos simulados, etc)
 - Seriedade no desempenho das atividades no grupo.(escolha de questões, respostas às dúvidas, etc).
 - Foco(estudar focado na PF).

 Existem algumas obrigações dentro do grupo, como por exemplo participar da escolha de questões, e na resolução e envio dos simulados.

Ainda faço parte dele, mas como ouvinte e motivador. Como não faço mais parte da administração do grupo não sei dizer como vai ser a dinâmica de seleção, e quantas vagas tem abertas.
Acessem: http://www.missao-papafox.com/
Solicitem o cadastramento e tal...

Maiores explicações serão dadas aos que forem selecionados para participar do grupo.

É uma excelente oportunidade de dar um UPGRADE nos seus estudos, adicionando essa fundamental ferramenta de estudos. 

Abraço.





quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Quando o sonho de ser PF vira pesadelo


 Do sonho ao pesadelo de ser policial federal

17/01/2013, por *Paulo Sarudy Marques de Souza
Foi em 2004 que começou meu sonho de ser policial federal. Estava terminando o curso de Administração e, apesar de trabalhar na área há quatro anos, não tirava da cabeça essa meta, que se tornaria prioridade de vida.

Naquele tempo, a Polícia Federal estava em alta. Toda semana o noticiário mostrava uma grande operação, geralmente com a prisão de dezenas de investigados. Como a maioria da população, que não conhece os bastidores do órgão, sentia orgulho e muito respeito pela Polícia Federal.

Naquele ano, pedi demissão do emprego na iniciativa privada e passei a me dedicar dez horas por dia aos estudos, no intuito de realizar o tão almejado sonho, que logo viria a se concretizar. Fui aprovado no cargo de agente de Policia Federal, graças a Deus!

Durante o curso de formação profissional, na Academia Nacional de Polícia (ANP), em Brasília passei quatro meses e meio estudando e aprendendo a técnicas e procedimentos do chamado “FBI brasileiro”. Mais tarde descobri que essa analogia, feita com frequência pela mídia, é equivocada.

Acreditei que um dia poderia fazer a diferença para o País, que seria respeitado pela sociedade e pelos governantes, em razão do meu trabalho, dedicação, sacrifício, qualificação, conhecimentos acadêmicos e experiência profissional, adquiridos em minha carreira.

Em 2006, tomei posse numa superintendência na Região Norte, para onde me mudei, junto com a esposa, que compartilhava o mesmo sonho e acabou por se tornar escrivã de Polícia Federal. Como tantos colegas, abdiquei de horas de convivência com a família, de lazer e de sono. Enfim, “dei o sangue”, como se diz na gíria policial, em prol da PF e da sociedade.

Em poucos meses, no choque com a realidade, o sonho começou a ruir. Deparamo-nos com a realidade que a maioria da população desconhece: que não podemos fazer a diferença, como esperávamos. Que a maior parte do nosso trabalho não iria dar em nada!

Atualmente, somos subutilizados como profissionais. Sequer temos atribuições e remuneração condizentes com o nível superior dos cargos, consagrado por lei desde 1996 e reconhecido pelo Ministério do Planejamento.

Como assim? O “FBI brasileiro” não reconhece seus bravos servidores policiais?”, poderia questionar alguém que só conhece a PF por sua televisivas operações. A resposta é simples: “NÃO!”

Tudo indica que o “sistema” não tem interesse em fortalecer e reconhecer a importância da categoria de escrivães, papiloscopistas e agentes da Polícia Federal.

Há mais de mil dias, os policiais federais estão negociando com o governo, através do Ministério da Justiça, Ministério do Planejamento e da própria Secretaria da Presidência da República e até agora foram “cozinhados em banho-maria”, sem nada de concreto ou perspectiva de mudanças, em curto, médio ou longo prazo.

A mídia, aparentemente comprada pelo atual “sistema”, limitou-se a divulgar a versão dos supostos transtornos da greve dos policiais federais, ocorrida no ano passado, a maior e mais longa de todos os tempos. Os jornais se esqueceram de informar à sociedade a verdadeira razão da greve, muito além de reivindicações salariais: o pedido de “SOCORRO”, por mais eficiência na prestação dos serviços de segurança pública.

Através de vários estudos já foi demonstrada a notória ineficiência do arcaico modelo de investigação criminal no Brasil, que tem por base o inquérito policial. Essa peça só existe no Brasil e, segundo os dados, não se presta a apurar autoria e materialidade de 95% dos crimes.

Soluções de aperfeiçoamento desse modelo já foram apresentadas e aparentemente engavetadas pelos dirigentes da PF, que alegam outras prioridades.

Os policiais federais estão batendo em todas as portas de gabinetes de autoridades políticas e expondo a situação em audiências públicas. Pelas ruas, gritaram e continuam gritando por SOCORRO. Até hoje, alguns parlamentares e formadores de opinião engrossaram o nosso coro. Mas até agora NADA!

Os índices de violência e criminalidade no Brasil aumentam vertiginosamente, enquanto milhares de inquéritos estão parados, sem solução e a população clama por justiça, por mudanças. Familiares de vítimas choram e sofrem na expectativa de soluções da polícia e NADA! Quem será a próxima vítima? Eu? Você? Seu filho? Seu amigo?

Início de 2013, como a maioria dos EPA´s, estou revivendo o antigo sonho, agora pesadelo. Desencantado, desmotivado, decepcionado e triste, em constatar que a Polícia Federal está morrendo lentamente e seus dirigentes e os governantes nada fazem para mudar essa situação.

Estou frustrado por descobrir que meu sonho de me tornar agente de Polícia Federal e contribuir para a mudança do País não passou de utopia. No jargão popular, é como “dar murro em ponta de faca”. De sentir que meu orgulho de ser federal (como na letra do hino da PF) está acabando, está morrendo...

Quem vai sentir as consequências não são apenas os policiais federais, mas todos nós, cidadãos!

Como a esperança é a última que morre, principalmente num país como o Brasil, onde a morte tem a violência e o descaso como aliados, resta torcer para que a sociedade organizada se junte a nós, no grito de “SOS Polícia Federal”.

*Paulo Sarudy Marques de Souza é Agente de Polícia Federal bacharel em Administração. Fonte: Agência Fenapef

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Exército autoriza uso da pistola .45


Exército autoriza a policiais uso pessoal de armas mais potentes

16/01/2013, Brasília — O Comando do Exército autorizou policiais civis, militares, rodoviários e bombeiros a comprar pistolas 45 para uso pessoal. A compra e porte desse tipo de arma, de forte impacto, era restrita até então a policiais federais. O Exército diz que liberou o uso das armas a pedido de órgãos estaduais de segurança pública, mas não informou quais seriam essas instituições.

Lígia Rechenberg, coordenadora da ONG Sou da Paz, classificou de absurda a decisão. Em geral, policiais civis e militares portam revólveres 38 ou pistolas .40:
— Vão dar armas para policiais que eles não sabem manusear. Isso vai colocar em risco a segurança do policial e da população. Essa é uma demanda da indústria de armas.

A presidente Dilma Rousseff fez ontem um balanço da campanha do desarmamento, que há oito anos recolhe armas da população em troca de indenização em dinheiro.
No ano passado foram entregues 27.329 armas. São Paulo foi o estado que mais entregou armas, com 7.877 devoluções. Proporcionalmente à população, a Bahia liderou as devoluções, com 4.748 armas entregues, 106% a mais do que em 2011. O Rio de Janeiro ficou em quarto lugar em volume de armas rendidas (2.253), redução de 43,4% em relação a 2011.
Fonte: O GLOBO
__________________________________________

"Armas que policiais não sabem usar" não é uma boa desculpa. Talvez fosse mais honesto dizer que o policial não tem o direito de defesa e deve continuar morrendo nas ruas em seus horários de folga, pois é mais importante a preocupação com a indústria das armas do que a vida de um policial. 
Somente somos lembrados na hora do desespero alheio. Lutar pela nossa valorização? Somente nossa família, a qual sofre pela escolha de nossa honrada profissão policial...

sábado, 12 de janeiro de 2013

Reality policial da Polícia Civil do RJ

 A pedidos, publico alguns episódios e divulgo a série “Mulheres de Aço” do canal pago gnt. Para quem ainda não assistiu é uma boa oportunidade para ver como é o cotidiano dos policiais civis do Rio de Janeiro. É necessário deixar as críticas de lado, pois fica chato dizer que a dura realidade da maioria dos policiais civis do referido estado está longe de aparecer nos episódios. Neste contexto, é de admirar a atuação das delegadas que protagonizam as histórias reais. Selecionei alguns episódios para o deleite dos admiradores da profissão policial.
 
 

MULHERES DE AÇO
 
"Mulheres de Aço" é uma série sobre quatro delegadas do Rio de Janeiro. O reality acompanha o dia a dia dessas profissionais da segurança, observando como elas lidam com os problemas práticos das delegacias, sem deixar a feminilidade de lado, e conciliam a vida de policial com a rotina pessoal. Tudo isso sem cair em estereótipos, mas fazendo um retrato humano de cada uma delas.

Com uma narrativa dinâmica, detalharemos com lentes intimistas, a cada episódio, um dia inteiro do trabalho policial de cada profissional e os desafios de suas vidas particulares.












terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O Fim e o Início



Olá pessoal!!!

Agora sim, depois de tanto esforço e tantas etapas estou empossado, em exercício e trabalhando...

Todos sabemos das dificuldades das muitas etapas desse concurso. Vocês sabem né?!?! Pois é, é sim, muito complicado, cansativo... bem mais desgastante do que imaginamos ou do que gostaríamos que fosse. 

Cabe aqui uma palavra, Persistência!!! Princípio básico de quem quer fazer parte do DPF.

Saibam que, mesmo sendo uma das etapas mais marcantes e importantes a aprovação na prova teórica é, digamos, um início de um processo, um processo de transformação... transformação que acaba na posse? Eu até achava isso... mas não é... essa transformação é contínua, e tenho a impressão que acontecerá até o fim da carreira, daqui muitos anos.... hehe.

Chega ao fim uma grande etapa em minha vida... a etapa de ingresso, do concurso. E se inicia uma maior ainda, a da carreira, a etapa da vida policial.

Aos que seguem na LUTA, nos estudos... mantenham-se firmes. A jornada é dura, e requer muitos sacrifícios, mas aos que persistem e realmente querem realizar esse sonho tenham a certeza de que a recompensa vem.

Obrigado pelo apoio de todos sempre, espero ter contribuido de alguma forma para a motivação de vocês!!!

Grande abraço.


quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Área policial com mais de treze mil vagas abertas


16 concursos na área policial somam 13.705 vagas na virada do ano: veja lista

26/12/2012 - do G1/SP
Pelo menos 16 concursos na área policial somam 13.705 vagas em cargos de todos os níveis de escolaridade, nos estados de Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal. Somente no Paraná são 5.264 para policiais e bombeiros. Os salários chegam a R$ 9.205,56 na Polícia Civil de Goiás.
 
 Em Minas Gerais são 2.800 vagas divididas em quatro editais em cargos de nível médio e superior. Já em São Paulo são 1.588 vagas em seis editais em cargos de todos os níveis de escolaridade.
 
 Nesta semana está previsto o encerramento das inscrições no Corpo de Bombeiros de São Paulo, Polícia Civil de São Paulo, Polícia Militar de Goiás, Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e Polícia Militar de Minas Gerais.

Veja abaixo os concursos públicos com inscrições abertas ou para começar:

Instituição/ÓrgãoVagasSalário máximo        Edital
Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
830R$ 3.541,00        veja edital
Corpo de Bombeiros de São Paulo    314não informado         veja edital
Polícia Civil de Goiás    753R$ 9.205,56         veja edital
Polícia Civil de São Paulo (1)    433R$ 2.758,34          veja edital
Polícia Civil de São Paulo (2)    244R$ 2.758,34          veja edital
Polícia Civil de São Paulo (3)    103R$ 6.709,32          veja edital
Polícia Civil de São Paulo (4)    391R$ 2.278,05        veja edital
Polícia Civil de São Paulo (5)    103R$ 2.848,36        veja edital
Polícia Militar do Distrito Federal    1.000R$ 4.306,79        veja edital
Polícia Militar do Espírito Santo    1.100R$ 2.421,76        veja edital
Polícia Militar de Goiás    1.180R$ 6.503,07        veja edital
Polícia Militar de Mato Grosso do Sul    20R$ 5.102,62        veja edital
Polícia Militar de Minas Gerais (1)    95R$ 6.890,22        veja edital
Polícia Militar de Minas Gerais (2)    1.760R$ 3.182        veja edital
Polícia Militar de Minas Gerais (3)    115R$ 5.446,80        veja edital
Polícia Militar do Paraná    5.264R$ 3.225,99    veja edital

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal policial! Próspero Ano Novo!


 
Amigos da Saga Policial, conhecemos o quão árduo é o processo para ingressar nos quadros da polícia. São muitas horas de estudos, de treinamento físico e de suor derramado em prol de um objetivo nobre e pouco reconhecido. Só pessoas com muita raça e determinação, como todos nós, vencem esse processo e podem, ou poderão, ostentar a insígnia da polícia no peito, com honra e fé. Parabéns aos vencedores de 2012 e força aos que continuam na saga da aprovação em 2013!
 
O policial é um obreiro da justiça e em 2013 continuaremos na luta pela divulgação do trabalho policial e por um melhor reconhecimento dessa divina profissão.

Desejamos um 2013 repleto de vitórias nas batalhas dos concursos policiais e na luta diária da profissão policial, bem como na vida pessoal.

Segue um vídeo de mensagem de natal para reflexão de todos!!

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!
 

domingo, 23 de dezembro de 2012

Mensagem aos policiais civis do RJ

Foto tirada na Acadepol/RJ

PCERJ 2013: o ano da visão

23/12/2012
Neste fim de 2012 escrevo sobre a instituição que faço parte e que tenho orgulho de trabalhar: a Polícia Civil do Rio de Janeiro, a polícia judiciária mais antiga do Brasil! 
O ano de 2012 foi um ano de ensinamentos para nós, além de ter sido o ano da mordaça e da cegueira. 
Em 2012 nosso sindicato foi calado pela “bandeira da politicagem”, pelos “pelegos” que agarram e mamam durante décadas nas tetas do poder e da política. 
Só para lembrar, este sindicato que escrevo é o que organizou a famosa “Operação cumpra-se a lei”, que só não deu mais certo devido a falta de apoio dos próprios policiais civis, os quais foram sabotados pela “bandeira dos pelegos”. Mas essa manifestação mostrou a força que os policiais civis possuem e o medo que isso causa a alguns. Foi um marco na história da PCERJ. 
Só para lembrar, este sindicato que escrevo é o que conseguiu, após muito custo, o aumento do auxílio alimentação, e só não conseguiu mais porque foi amordaçado. Relembre a cópia de despacho do Governador Sérgio Cabral sobre o vergonhoso auxílio alimentação:
 
Despachos do Governador
EXPEDIENTE DE 27 DE JULHO DE 2011
PROCESSO Nº 03/PCERJ/1700/ 0901/2011 - AUTORIZO o aumento do valor unitário do auxílio alimentação pago aos Policiais Civis, de R$ 8,00 (oito reais) para R$ 12,00 (doze reais), a partir do mês de julho de 2011, de acordo com a Nota Técnica de fls 05, nos termos do Processo nº CI/0901/1700/2011.
 
Só para lembrar, este sindicato que escrevo é o que enviou na data de 05/02/2012, emendas ao projeto de lei que altera o quantitativo de cargos por classe na carreira de Inspetor de Polícia (Projeto de Lei 1.186/2012), o qual foi aprovado e melhorou as promoções.
 
Só para lembrar, este sindicato que escrevo é o que idealizou e realizou o Projeto de Reenquadramento de Cargos, Classes e Índices, o qual está nas pautas de análise do Governo Estadual, mas sem a força do sindicato para fazer ser aprovado, pois este está amordaçado. 
Só para lembrar, este sindicato que escrevo é o que pediu, brigou e conseguiu parte da reforma da Resolução SESP 318/2000, para impedir o corte da Gratificação do Programa Delegacia Legal para o policial civil em gozo de licença-saúde, licença para tratar de pessoa da família, licença-prêmio e licença-maternidade.
 
Só para lembrar, este sindicato que escrevo é o que fez greve em prol da melhoria para a segurança pública e quando a greve se transformou em palanque para figuras políticas carimbadas e começou a baderna, teve a coragem de sair sozinho da greve, enfrentando tudo e todos em nome da ordem e da justiça, pois nossa única bandeira é a valorização policial. 
Só para lembrar, este sindicato que escrevo é o que realizou outras várias ações em prol dos policias civis do Rio de Janeiro e que foi proibido de continuar funcionando. 
Aviso que existe uma luta sendo travada para que ele continue.
Tudo dentro da ordem judicial, a qual possui uma “bandeira política” muito forte.
Pergunto: a quem interessa calar esse sindicato?
Afirmo: policial, não desista e lute por sua valorização! Procure saber o que está acontecendo, participe e ajude!
 
O ano da mordaça está acabando. Aos policiais cegos, os quais ficam chorando pelos vinte reais de desconto do nosso sindicato amordaçado, saibam que “A inteligência é feita por um terço de instinto - um terço de memória - e o último terço de vontade (Carlo Dossi)”.
 
Um feliz 2013 aos verdadeiros policiais civis do Rio de Janeiro e prosperidade ao nosso sindicato!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Tática militar para concursos públicos


Tática militar pode fazer a diferença na guerra dos concursos

Sudeste Asiático. Período de 1955 a 1975. As seguidas batalhas no Vietnã contrapõem os principais personagens da chamada Guerra Fria: Estados Unidos e a extinta União Soviética. Confrontos ideológicos e perdas humanas à parte - estima-se um número de até dois milhões de mortos -, um militar norte-americano chama a atenção por sua intervenção, considerada fundamental para a qualificação do força área de seu país. Trata-se de John Boyd, cujas contribuições à ciência da Estratégia são difíceis de subestimar. Começando seus estudos com o desempenho de pilotos americanos que participavam daqueles combates, ele observou que o que diferenciava os melhores dos piores era a capacidade de analisar uma situação, tomar decisões e executar suas ações mais rápido que seus oponentes. O modo de se portar dos pilotos influenciava a capacidade de alguém ser eliminado ou voltar para casa vitorioso. Tudo isso foi resumido em uma simples palavra: OODA.

Corte na linha do tempo. Novembro de 2012. O conceito desenvolvido por John Boyd é tema de artigo de Fábio Zugman, paulistano de 32 anos, professor universitário, doutorando em Administração pela FEA-USP e Mestre em Administração pela UFPR. Em seu texto, o acadêmico transporta a tese de OODA para o ambiente do mundo do trabalho. A pedido da FOLHA DIRIGIDA, o faz, numa segunda versão, especificamente para o universo dos concursos públicos. Essa seleções constituem verdadeiras 'batalhas', nas quais os concurseiros, investidos no papel de soldados, partem em busca de conquistas de territórios na própria carreira. Os confrontos, por vezes, são duros. Os oponentes, milhares. Centenas deles tombam pelo caminho...

"A sigla OODA significa Observar, Orientar, Decidir e Agir. Segundo nosso querido coronel, a habilidade de passar por esse ciclo diferencia o tamanho do fracasso. Um piloto deveria então OBSERVAR a situação em que se encontrava. ORIENTAR-SE - filtrar as informações relevantes para o momento. DECIDIR - optar por um curso de ação - e AGIR - executar o curso planejado. Pilotos capazes de fazer tudo isso rapidamente poderiam vencer entrando no ciclo de seus inimigos, agindo mais rapidamente e reorientando suas ações, enquanto seus alvos, ainda presos a uma ação passada, tentavam entender o que havia acontecido", aponta o professor.

Fábio garante que John Boyd não se limitou à área de batalhas aéreas. Ele via o OODA como um modo de pensar, tanto que realizou palestras e apresentações sobre suas ideias, e se baseou em muitos filósofos e outros estudiosos da natureza humana além de comandantes militares. Além disse, vários outros autores se basearam nele, de propósito ou até sem saber que esse princípio surgiu nesse contexto militar. "O OODA é uma ótima ferramenta para nos ajudar a analisar e focar na situação. Alguém perturbado pelas pressões exteriores, tão comuns aos concurseiros, pode observar o que exatamente está incomodando, ver como sua orientação está agindo, decidir agir de modo diferente e, por fim, optar por uma linha de ação que o aproxime de um bom resultado. Partindo deste processo reflexivo, você pode planejar melhor seu ambiente, seus estudos e até as informações que opta por olhar em um determinado momento".

Participar de um concurso, em certa medida, é como disputar uma ‘guerra’, estando o candidato cercado por rivais, seus concorrentes às vagas. Neste sentido, quais outras ‘táticas’ de combates poderiam favorecer os concurseiros, especialmente aqueles que sofrem em demasia exatamente pela alta carga de competição do processo? Como olhar para si mesmo, avaliar seu desempenho, seus acertos, dificuldades, erros e traçar o melhor e mais seguro plano de voo?

"A competição nem sempre é ruim. Apesar de muitas vezes reclamarmos dela, é a competição que nos faz realizar aquele esforço cada vez maior para sermos melhores do que somos hoje. O que John Boyd quis ensinar com o OODA é que a vitória em uma competição não depende de quem tem os melhores equipamentos ou recursos. A vitória é alcançada através de uma boa postura mental, foco, e realização de ações que te deem vantagens em relação à competição. Os ciclos do OODA nos ensinam que não há uma grande vantagem contra a concorrência, mas sim o acúmulo de pequenas vantagens ao longo do tempo que nos tornam melhores ou piores. Nisso, alguém que consegue se programar melhor que a concorrência, perder menos tempo tanto na parte dos estudos quanto na realização de provas, manter a cabeça limpa de outras influências, com certeza se sairá melhor que outros que tenham processos mentais menos claros", explica Fábio Zugman, autor de diversos livros, como O mito da criatividade (Elsevier, 2008), Empreendedores esquecidos (Elsevier, 2011) e Criatividade sem segredos (Atlas, 2010).

No aspecto geral, a conduta do OODA defende que as pessoas adotem os seguintes procedimentos: passo número um: pare. Tire um dia, uma hora, um momento, mas pare. Parou? Ótimo. Agora observe a situação em que você se encontra. Você pode avaliar sua vida pessoal, profissional, sua empresa e até o conjunto da obra, mas apenas observe. Retire-se da situação e encare suas ações, as de outras pessoas e participantes do mercado e tente entender o que está acontecendo. Agora, oriente-se. Quais informações você precisa ter para decidir? O que está te atrapalhando? Com o que vale e com o que não vale a pena se preocupar? Com base nas respostas, decida o que fazer. Simples assim. Após observar e orientar, você tem que decidir. Pare de enrolar. Se houvesse realmente um avião armado vindo em sua direção você não iria ficar sentado pensando. Por último, a ação. Faça alguma coisa. Se não souber o que fazer, faça qualquer coisa, por menor que seja. O importante é agir o mais rápido possível. Sair da zona de conforto, deixar de ser um patinho sentado no meio do radar do inimigo e começar a mudar sua situação.

Tudo muito bom, tudo muito bem, ao menos na teoria. Mas, como executar essas ações num cotidiano em que quase todos estão estressados, cansados, espancados pela concorrência e perdidos, sem saber o que fazer? "É exatamente ao contrário. Imagine que o OODA foi proposto em um contexto militar, em que pode haver um míssil vindo em sua direção e há somente alguns segundos entre a vida e a morte. Diante disso, os meses que as pessoas geralmente têm para se preparar para uma prova ou qualquer outra mudança parecem uma eternidade. Quem reclama de 'falta de tempo', na maioria das vezes, possui um grande problema de falta de organização, de foco e de objetivos claros. Tudo isso pode ser conseguido se a pessoa passar a observar a situação em que se encontra, questionar o que está fazendo, se orientar e ver o que realmente importa. Muita gente liga o 'piloto automático' na vida, simplesmente deixando as coisas acontecerem... Por isso é vital desenvolver a capacidade de decidir o que fazer e assumir a responsabilidade por tais decisões, que serão mais acertadas e rápidas se baseadas no conceito do OODA", conclui Fábio.
E aí piloto? O curso definido está certo ou é chegada a hora de refazer a rota?
Fonte: FD


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