segunda-feira, 14 de maio de 2012




'Psicólogo António Carlos Alves de Araujo-Adultos e terapia de casal- TATUAPÉ-Z.LESTE' tels: 26921958/ 93883296
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FRIGIDEZ NA MULHER(CAUSAS E TRATAMENTO) 


Apesar de toda transformação cultural e social do século vinte, determinadas questões sexuais permanecem como um tabu; sendo que seu aspecto mais grave e doloroso é a pessoa achar que seu sofrimento é único ou absolutamente solitário. A culpa, vergonha e remorso ainda permeiam por completo as disfunções sexuais. O problema da frigidez sexual traduz a própria história das teorias psicológicas e de personalidade. Os três maiores psicólogos da história imprimiram aspectos distintos para o problema. SIGMUND FREUD acentuou que uma das principais zonas erógenas da mulher seria o clitóris. O mesmo seria uma espécie de micro pênis, sendo que no inconsciente, a menina ainda acreditava que o mesmo se transformaria num pênis igual ao dos meninos. Teoricamente denominou a condição feminina como uma absoluta inveja do pênis e horror de ter sido "castrada", por alguma conduta imoral ou concupiscente no nível inconsciente. Para FREUD, a insistência no desejo de masturbação do clitóris acarretaria o desligamento da excitação da vagina. Na fase adulta tal processo mental se traduziria em total frigidez ou bloqueio sexual; cada ato sexual representaria a volta de todo o tormento citado. Havia ainda o ódio contra a mãe, a culpando pela perda do falo, por conta dos desejos incestuosos da menina perante o pai; o famoso complexo de Édipo. Obviamente podemos deduzir que seguindo os conceitos de FREUD o prazer sexual seria algo quase que exclusivamente masculino.

ALFRED ADLER tipificou o problema sexual feminino à luz da repressão social contra a mulher. A conseqüência deste processo de dominação sociológica seria o desenvolvimento de um mecanismo de defesa que denominou de "protesto másculo"; denegrir toda conduta feminina sexual e afetiva, pois representaria submissão a autoridade do ser masculino. CARL GUSTAV JUNG traçou um paralelo entre eventos fisiológicos e psicológicos. Para o mesmo, além da herança genética, possuímos dois tipos de energias ou conteúdos sexuais; a "anima", que representaria a energia feminina no homem (traduzida em comportamentos: carinho, compreensão e atenção); e o "animus", que seria o lado masculino na mulher (determinação, cooperação e objetividade). A descompensação entre essas duas forças acarretaria um prejuízo na auto imagem sexual e pessoal.

Em nossos dias assistimos a supremacia da medicação nos problemas sexuais. Haja vista, os recentes medicamentos para impotência sexual masculina. Isto se torna lamentável, pois fica a mensagem de que o direito ao prazer sexual está ligado à determinada droga. Diz-se ainda de fatores bioquímicos ou hormonais; não que a busca dos mesmos não seja fundamental; mas o fato é o total descaso perante a história de vida do indivíduo. A própria psicologia entrou em teorias excêntricas quando postulou os famosos pontos chave de excitação na mulher. A profunda repressão sexual feminina teve como meta proibir a mulher de usar seus poderes máximos: sedução e domínio sexual completo perante o homem. Ditar determinadas regras, condutas religiosas ou sociais têm como última finalidade "castrar" o potencial ou possibilidade de um aspecto da natureza de alguém. A impotência sexual psicológica masculina diz de um ser que teme o ato sexual pelo medo de ser reprovado ou rebaixado num suposto teste; a frigidez traduz a total falta de autorização do inconsciente para a obtenção de prazer. A psicoterapia pode falhar nos casos citados se apenas se concentrar na busca do bloqueio. Não é o por que da interdição que necessariamente trará a solução da questão, mas o percebimento da incrível "surpresa" quando se consegue realizar determinado potencial.

A mulher que sofre de frigidez deve refletir sobre o que historicamente acabou por substituir seu prazer sexual: desejo do poder masculino, como assinalava ADLER, sendo um protesto contra a submissão; ampliar a importância de suas obrigações como mãe em detrimento de seu papel de mulher com direito e dever à satisfação. A fobia do homem em relação ao tamanho do pênis possui atualmente o correlato da busca de muitas mulheres pela descoberta do que seria realmente o orgasmo feminino. A conclusão de todo este processo é a de que a inveja ou comparação é o fator que mais admoestará a tranqüilidade para a obtenção do prazer. A competição ou desejo de prova é a maior contra indicação em todo caso de problema sexual. O próprio inconsciente da pessoa está exprimindo uma opinião e busca peculiar pela satisfação, condenando muitos dos modelos vigentes. Toda disfunção sexual em um dos parceiros é de responsabilidade total de ambos ou do casal; embora muitos relutem pesadamente contra tal fato. A frigidez também não deixa de ser uma defesa psíquica da mulher contra a falta da certeza do amor e real envolvimento do homem em alguns casos. Alguns podem até achar tal conceito surrealista; mas a observação clínica prova que determinada "trava" só pode espelhar uma outra oculta. A frigidez seguindo a idéia apresentada é o medo da mulher perante a falta de admiração de seu companheiro pela mesma, assim como, seu temor de ser abandonada ou rejeitada a qualquer momento; como conseqüência, se recusaria a dar o "melhor de si própria", como protesto perante uma pessoa titubeante na arte do amor e companheirismo.

A frigidez contém também todas as pendências afetivas no tocante a relação da mulher perante seus pais. Seria uma espera de um reconhecimento de seu mais profundo íntimo para que pudesse então "gastar" seu lado afetivo ou sexual. Historicamente o homem teve ao seu alcance todos os recursos ou treinos para uma performance sexual (literatura ou filmes pornográficos), por piores que fossem tais recursos. Para a mulher apenas sobrava o relato isolado de alguém que tivesse tido uma experiência sexual; ou então contar com a boa vontade de sua mãe, que quase nunca ocorria para o diálogo. Nos dias atuais de internet, apesar da acessibilidade fácil a qualquer site pornô, o treino ainda é predominantemente masculino, embora muitas garotas percebam tal evento e adotem uma postura de vingança contra o homem, apenas seduzindo e não consumando uma relação; ou cometendo o chamado "ficar", embora tal fenômeno esteja disseminado entre ambos os sexos.

Seguindo as crenças populares será que realmente é a mulher que quase sempre simulou determinado orgasmo? Não será o homem que sempre disfarçou a não continuidade de um relacionamento durante uma ereção ou ejaculação histérica? Não é o homem que sempre se recusou a sentir profundamente apenas se atendo a performance sexual, fazendo o ato com mulheres que nunca gostou realmente? O que é vital refletir é para qual dos dois o impacto é maior quando ocorre uma desastrosa experiência sexual. Alguns homens até relatam o início de uma impotência sexual psicológica quando isto ocorre, devido ao fator da cobrança. Para a mulher sem dúvida alguma o fardo é mais pesado, pois não se trata da falha do desempenho do órgão, mas a reprovação completa de seu ser.

Este estudo estaria absolutamente incompleto se não nos dedicarmos ao debate de alguns aspectos da sociologia. No passado quase todas as mulheres não tiveram nenhum direito acerca de sua sexualidade; tendo de se concentrar nas tarefas domésticas ou em seu papel biológico de mãe. O que assistimos hoje em dia é a inversão total da questão; o feminismo e outros fenômenos sociais produziram uma mulher aparentemente combatente e exigente do ponto de vista sexual e social, mas que têm renegado a questão familiar. É só olharmos para o enorme número de mulheres independentes economicamente e que se encontram sozinhas ou com receio a assumirem o papel de mãe. Tal fenômeno há um bom tempo já se transformou numa regra dependendo da classe econômica oriunda da mulher. É aterrorizante pensarmos como algo natural como a atração sexual e convivência com o parceiro, pode se transformar num campo de batalha devido ao medo. Muitas mulheres independentes vivem a "frigidez de relacionamentos", fazendo uma espécie de transposição do sexual para a relação a dois. O leitor mais atento descobrirá que o sentimento de revanche infelizmente nunca saiu de cena dos aspectos pessoais do ser humano.

A mulher frígida vive numa espécie de "prisão", aguardando que seu parceiro muitas vezes abra sua cela. Este conceito é totalmente ingênuo; para a mulher a solução não passa por alguma experiência sexual diferenciada, mas a mensagem clara é ter de mudar realmente, abandonando anos de construção de um modelo psicológico. Qualquer conselho ou idéia mirabolante para vencer a frigidez estará fadado ao fracasso, pois há um vazio absoluto na mulher perante tal tarefa. A primeira missão na conduta terapêutica é se dedicar plenamente a questão, pois logo se descobrirá como a mesma nunca se permitiu um tempo para tal aspecto de sua sexualidade ou pessoalidade. O desafio é o envolvimento pleno numa tarefa onde dita mulher sabe que não têm nenhum poder ou habilidade, sendo uma coisa que jamais ousou fazer. Se a mesma refletir intimamente, irá perceber como sempre deu um jeito para que o problema sexual nunca fosse a prioridade. Seja a mulher casada ou namorando, seu parceiro deverá participar ativamente do processo como foi dito acima, inclusive também se submetendo à psicoterapia, para que se possa verificar prováveis junções entre a frigidez e determinados conteúdos latentes do homem que podem reforçar o problema; pois a prática clínica confirma que a disfunção sexual num dos dois, pode ser usada como arma pelo outro para esconder totalmente alguma questão que não deseja lidar. Outra luta é não apenas a mulher desejar seu prazer, mas quando o próprio parceiro lhe cobrar tal meta, para que o mesmo também se sinta desejado ou gratificado. A coisa neste ponto é complexa; não que a mulher frígida deva desejar alguém que nem ligue para sua dificuldade, mas o estabelecimento de metas ou tentativas jamais pode ser acompanhada de cobranças, sob o risco do absoluto fracasso; o mesmo ocorre no tratamento da impotência sexual. A solução definitiva é como o próprio mecanismo da terapia; permitir um tempo para que a pessoa lide evolutivamente com suas dificuldades, pois seria uma total prova de desamor exigir resultados imediatistas.

BIBLIOGRAFIA:

FREUD, SIGMUND. TRÊS ENSAIOS PARA UMA TEORIA SEXUAL. OBRAS COMPLETAS. MADRID(ESPANHA): BIBLIOTECA NUEVA, 1981

ADLER, ALFRED. O CARÁTER NEURÓTICO.BUENOS AIRES: PAIDÓS, 1912

JUNG, CARL GUSTAV. AB-REAÇÃO, ANÁLISE DOS SONHOS, TRANSFERÊNCIA. SÃO PAULO: VOZES EDITORA, SEGUNDA EDIÇÃO, 1990





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