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Gordura Não Sai na Urina!
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Existem alguns tratamentos mágicos que estão sendo oferecidos no mercado que prometem remover as gorduras localizadas com o uso de um método baseado na aplicação local de um aparelho que quebraria a célula de gordura liberando o seu conteúdo no espaço intercelular de modo que a gordura livre seria posteriormente eliminada do corpo pela urina e pelas fezes.
Acontece que os Rins não são capazes de fazer este tipo de eliminação.
A gordura é um nutriente para nosso corpo e sendo assim não é eliminada pelos rins, para que isto ocorra, para que um nutriente, como proteína, gordura, glicose, seja eliminado pelo nosso rim através da urina é necessário que haja uma falência na função renal. Nossos rins funcionam exatamente desta maneira, filtram o sangue eliminando as toxinas e mantendo dentro do organismo as substancias que são essenciais ao nosso metabolismo.
Se os rins eliminassem o excesso de gordura de nosso corpo não haveriam pessoas obesas.
Da mesma maneira o nosso intestino não elimina gordura pela fezes. O intestino tem a função de absorver os nutrientes dos alimentos e colocá-los dentro da circulação sanguínea disponibilizando os nutrientes para o metabolismo de nosso corpo.
Não existe nenhum mecanismo das células intestinais que funcionariam da maneira descrita em termos do funcionamento do tratamento em questão, pois não há mecanismos nestas células que façam o transporte da gordura da circulação sistêmica para o interior do intestino de forma que esta possa ser eliminada.
Existe um medicamento que muitos conhecem, usado para tratamento da obesidade que impede que as células intestinais absorvam as gorduras ingeridas na alimentação e desta forma diminuindo o aporte calórico auxiliando na tratamento da obesidade. Este medicamento age exatamente no mecanismo de transporte da gordura do interior do intestino para a circulação sanguínea bloqueando o mecanismo de absorção das gorduras que nesta situação são eliminadas pelas fezes pois não são absorvidas. Passado o efeito do medicamento o intestino volta a absorver as gorduras.
Até o momento não há nenhum tipo de medicamento ou processo que faça com que nosso intestino elimine o excesso de gorduras de nosso corpo. Se o intestino fosse capaz de eliminar as gorduras, assim como no caso dos rins, também não existiriam pessoas obesas.
Toda gordura que atinge a circulação sanguínea ou será metabolizada em energia (será queimada) ou será distribuída pelo corpo onde sofrera novo depósito. Assim, se o tratamento realmente chega a mover as gorduras do interior das células para o exterior toda esta gordura será levada ao fígado onde irá ser metabolizada e então redistribuída de modo que não há ocorrência da diminuição da quantidade total da gordura corporal, a menos que esta gordura por necessidade de disponibilização de energia durante este processo seja então transformada em energia ao invés de ser redistribuída.
As reduções de medida que são verificadas de imediato pelo uso do método geralmente são causadas pela redução do edema no local da aplicação. Todos nós temos edema, que é a presença de líquido no espaço extracelular e extra circulatório e ao mobilizar este líquido de forma que ele atinja o sistema linfático este será eliminado ou redistribuído pelo corpo causando uma redução das medidas no local da aplicação, mas pela redução do edema local.
Se ficarmos com as pernas elevadas acima do tórax por algum tempo, as medidas das circunferências das pernas irão diminuir, pois esta posição facilita o retorno venoso dos membros inferiores diminuindo o edema natural que estes possuem e com isso as dimensões destes irão sofrer uma redução. Basta ficar em pé novamente e as medidas iniciais irão ao pouco retornar ao normal pelo acúmulo progressivo de edema provocado pela posição ortostática.
Assim, não se deixe enganar pela promessa milagrosa de perder medidas pelo uso deste método, nem a de perder peso. Quem afirma que o método gera a perda de gorduras pela sua eliminação pela urina ou pelas fezes desconhece os fundamentos da medicina pois desconhece fisiologia renal e fisiologia do trato digestivo.
Alem disto o assunto já foi motivo de parecer do Conselho de Medicina. Para saber mais sobre este parecer acesse o Link e veja o que nosso conselho fala a respeito do uso deste tipo de tratamento.
Link:
Dr. Iversen Ferrante Boscoli |
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