terça-feira, 16 de abril de 2013

Pastor Silas Malafaia organiza marcha contra casamento gay


Pastor Silas Malafaia organiza marcha contra o casamento gay em Brasília

Protesto em frente ao Congresso Nacional vai defender Marco Feliciano e atacar Projeto de Lei 122, que criminaliza a homofobia

Pâmela Oliveira, do Rio de Janeiro
Pastor Silas Malafaia atacou candidatura de Fernando Haddad em vídeo
Pastor Silas Malafaia atacou candidatura de Fernando Haddad em vídeo (Reprodução/YouTube)
Essa questão do Marco Feliciano nos uniu. Nós, os evangélicos, não “habemus Papam”. Nós “habemus” líderes. E o Feliciano dá a possibilidade de nós, líderes, dizermos para os evangélicos: Vocês estão vendo aí? Vejam o que dá votar em gente contrária aos nossos princípios”, disse
O pastor Silas Malafaia organiza, com outros líderes evangélicos, uma grande manifestação em defesa “da família tradicional, da vida, da liberdade de expressão e religiosa”. O evento está programado para o dia 5 de junho, em Brasília, com parada estratégica em frente ao Congresso Nacional. Malafaia assegura que levará mais de 30.000 fieis ao protesto, para marcar posição contra o casamento gay, o aborto e o Projeto de Lei 122, que criminaliza a homofobia. Deputado pelo PSC e presidente da Comissão de Direitos Humanos, Marco Feliciano ocupará posição de destaque no evento. “Já que estão forçando a barra sobre o casamento gay, vamos a Brasília para dizer que estamos do outro lado. Não é um ato exclusivo para apoiar Marco Feliciano, mas para marcarmos nossa posição. Vamos dar a nossa resposta. Todas as lideranças evangélicas estarão presentes, assim como a bancada evangélica. Vai ter gente de todos os lados do Brasil”, avisa Malafaia, acrescentando que fiéis estão sendo convocados pelas redes sociais.
Antes da Jornada Mundial da Juventude, que levará o papa Francisco ao Rio de Janeiro, de 23 a 28 de julho, os evangélicos terão ainda outro grande evento público. Marcada para 25 de maio, a Marcha para Jesus espera reunir de 100.000 pessoas na Avenida Rio Branco, no centro do Rio. A caminhada, segundo Malafaia, também não tem o objetivo de ser um ato pró-Feliciano, mas as manifestações de apoio, incluindo cartazes e faixas, “estão liberadas”.
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No ano passado, a Marcha para Jesus reuniu 300.000 pessoas na Avenida Rio Branco, no Centro do Rio. Com patrocínio de 2,5 milhões de reais da prefeitura – segundo Malafaia 500 milhões de reais foram devolvidos – o ato teve como tema o “direito à liberdade de expressão” – uma referência ao Projeto de Lei 122. Ao longo da manifestação, evangélicos seguraram faixas contrárias ao projeto e ao aborto. Para os evangélicos, o PL 122 é uma ameaça ao direito de “liberdade de expressão”. Os pastores temem que, com a aprovação do texto, possam ser presos caso preguem contra a homossexualidade.
Apesar de Feliciano não ser o objetivo central dos dois eventos, é certo que o apoio ao pastor dará o tom das reuniões. Líderes evangélicos e partidários, no entanto, começaram a estabelecer o que é a posição pessoal do deputado e o que pensam as igrejas. Em vídeos divulgados recentemente, Feliciano afirma, durante uma pregação, que a morte de John Lennon e dos integrantes do grupo Mamonas Assassinas foram castigos de Deus. “Ninguém afronta Deus e sobrevive para debochar”, disse Feliciano, sobre o ex-Beatle assassinado em 1980. Para Malafaia, os episódios recentes envolvendo Feliciano, deputado federal eleito com 211.000 votos, têm efeito positivo e terão efeito certo: aumentarão a bancada evangélica.
“Na próxima eleição, Marco Feliciano terá mais de 500.000 votos. Pode escrever. Ele vai arrebentar. Tudo isso foi bom para ele, foi bom para as eleições dos evangélicos em 2014. A comunidade evangélica é fracionada por várias opiniões, mas existem assuntos que nos unem. Essa questão do Marco Feliciano nos uniu. Nós, os evangélicos, não “habemus Papam”. Nós “habemus” líderes. E o Feliciano dá a possibilidade de nós, líderes, dizermos para os evangélicos: Vocês estão vendo aí? Vejam o que dá votar em gente contrária aos nossos princípios”, disse.
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Sete momentos de Marco Feliciano

Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado do PSC é alvo de sucessivos protestos de partidos de esquerda desde que assumiu o cargo em fevereiro

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Homofobia

Feliciano é acusado por militantes LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) de ter dado declarações homofóbicas. Em julho de 2012, ele apresentou um projeto para tentar derrubar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que permite a união entre pessoas do mesmo sexo. Em março, poucos dias antes de assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos, ele disse ao site de VEJA que “a união homossexual não é normal” e que “o reto não foi feito para ser penetrado”.

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