Delegado alerta para pastores que usam religião para praticar crimes
Publicação: domingo, 16 de março de 2014 (9:14)
O delegado de Volta Redonda, Antônio Furtado, está criando uma cartilha para orientar as pessoas a se precaver contra falsos líderes, que se escondem atrás de denominações religiosas para praticar crimes. A revelação foi feita por ele na edição deste domingo do jornal carioca “O Dia”.
A reportagem cita os casos registrados recentemente em Volta Redonda, onde um pastor que estava abrindo uma igreja no Açude e uma missionária foram presos, acusados de pedofilia. Reginaldo Sena dos Santos, o “Ungido”, de 59 anos, foi condenado a 78 anos de prisão. Maria de Fátima Costa da Silva, 58, foi sentenciada a 16 anos.
A teóloga Rute Felipe da Silva, da Faculdade Batista do Rio de Janeiro (Fabat), defende a criação de um órgão regulador que, sem ferir a doutrina de cada religião, possa acompanhar a conduta dos pastores. “A missão de um bom pastor é apascentar, levar a palavra de Deus aos fiéis, estar sempre junto deles, nos momentos de alegria e tristeza. Por isso, quem pastoreia tem que ter bons fundamentos e ser um exemplo. Nunca se envolver em escândalos e crimes”, disse Rute a “O Dia”.
O caso de maior repercussão de pastores acusados de crimes é o de Marcos Pereira. Preso desde março de 2013 sob acusação de estupro, o pastor líder da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias foi condenado a 15 anos de prisão pela 2ª Vara Criminal de São João de Meriti.
O delegado Antônio Furtado faz algumas recomendações para que as pessoas não sejam enganadas pelos falsos líderes religiosos. Ao jornal, ele listou os seguintes cuidados.
Pesquisar o histórico de vida do pastor e sua formação: Desconfiar
Questionar religiosos que se apresentem com discursos envolventes, agindo como melhores amigos de fiéis isoladamente: É preciso prestar atenção principalmente no caso de nova igreja.
Denunciar: Procurar imediatamente uma delegacia, caso suspeite que um pastor cometa crimes. A polícia também deve ser procurada se o fiel desconfiar que se trata de um falso líder.
Doação de bens: Não doar quantias em dinheiro ou bens que venham a fazer falta posteriormente.
Promessas: Alertar para garantias de cura de doenças graves e reaproximação de casais em questão de horas, por exemplo.
Crianças e idosos: Cuidados devem ser redobrados no contato com jovens e pessoas mais velhas, que são as principais vítimas.
Exorcismo: Os fiéis também devem ficar atentos a quem garante que faz qualquer tipo de “milagre” e que cobra para isso, como para a ‘expulsão de demônios’.
Feitiço: Acreditar que um obstáculo na vida é decorrente de um feitiço faz com que o inconsciente dê à pessoa uma resposta “simplista” aos problemas reais, que devem ser corrigidos.
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