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Mesquita ganha UPA, a primeira com chip de controle de frequência e patrimônio
- Publicado em Terça, 10 Julho 2012 15:29
Unidade de Pronto-Atendimento aberta nesta terça-feira (10) também é a primeira do Estado a ser gerida pelo modelo de Organização Social
Foi inaugurada nesta terça-feira, 10 de julho, a 49ª UPA do Estado do Rio de janeiro, em Mesquita, na Baixada Fluminense. A unidade é a primeira a contar com o modelo de gestão por Organização Social (OS), que irá se estender a todas as UPAs até o final do segundo semestre de 2012. Entre as novidades apresentadas pelo secretário de Estado de Saúde, Sérgio Côrtes, está a utilização de microchips eletrônicos instalados nos jalecos dos profissionais de saúde e nos equipamentos da unidade. Sensores espalhados em vários pontos da UPA detectam tudo o que saiu e entrou – dos funcionários às caixas de medicamentos e insumos, passando pelo mobiliário e material que vai para lavanderia.
- Ousamos em 2009 quando colocamos o ponto biométrico e estamos ousando novamente agora colocando o chip para controlar frequência e permanência na UPA e controle de patrimônio. A nossa grande preocupação é com a população, para que ela não seja desassistida. O objetivo é garantir ainda mais que aquilo que o Estado esteja efetivamente pagando em salários e recursos seja revertido em atendimento à população. Para isso vamos implantar todos os mecanismos de controle necessários para a população ter atendimento ainda melhor – disse o secretário Sérgio Côrtes, acompanhado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
- A UPA 24h está próxima da população e atende a qualquer hora. De cada 100 pessoas que procuram uma UPA 24h, 97 delas tem seus problemas resolvidos, sem necessidade de encaminhamento ao pronto-socorro hospitalar. Isso reduz a lotação de hospitais e pronto-socorros - avaliou o ministro, complementando: “Além disso, o Ministério da Saúde vai acompanhar a qualidade dos serviços prestados”, garantiu.
Controle de frequência e infecção – Além de garantir que o profissional que registrou sua presença no ponto biométrico esteja efetivamente dentro da UPA, o modelo com os microchips também permite uma garantia maior do respeito aos protocolos de higiene a fim de evitar infecções e contaminações nos materiais de saúde. Ou seja, o profissional que sair da unidade, deve retirar o seu jaleco.
- Aqui em Mesquita são três saídas e cada uma tem uma antena para leitura do software. Se um profissional quiser sair com o jaleco, ele acusa, apita pra alertá-lo que não deve fazer - explica o diretor-presidente da Organização Social Instituto Data Rio, Luis Roberto.
A tecnologia deve ser estendida em breve às UPAs de Queimados, Nova Iguaçu I e II, que serão administradas pela mesma OS.
Serviços da UPA de Mesquita - Na unidade, os pacientes vão dispor de serviços de pediatria, odontologia e urgências clínicas, além de exames laboratoriais e salas de Raios-x, sutura, gesso, medicação e nebulização. A unidade conta com uma sala de cuidados intensivos, com quatro leitos, e unidades semi-intensivas adulta e pediátrica. Serão 13 leitos de observação adulto e infantil.
Cuidado especial com doenças contagiosas – A UPA de Mesquita tem ainda duas salas de observação individual, com um leito cada uma, para que pacientes com doenças infectocontagiosas, como tuberculose e meningite, possam receber os primeiros cuidados até serem transferidos para um hospital. Uma ambulância ficará disponível no local. Além disso, haverá cinco consultórios, sendo três de clínica médica e dois de pediatria. A Unidade de Pronto Atendimento funcionará com cerca de 250 profissionais.
A UPA de Mesquita foi construída próxima à estação do trem para facilitar o acesso à população. Moradores de Nilópolis e São João de Meriti também poderão ser atendidos no local. Ao todo, foram investidos R$ 4,5 milhões e a previsão é que cerca de 350 pacientes recebam atendimento por dia. Cada UPA possui cerca de 1.500m² distribuídos em um pavimento.
No final do mês, no dia 31, é a vez de Itaboraí receber sua primeira unidade, a 50ª de todo estado.
Organizações Sociais - A implementação dessa nova forma de administração – inaugurada em UPAs na unidade de Mesquita - tem como objetivos reduzir custo, melhorar a gestão e garantir atendimento de qualidade à população. Essas organizações sem fins lucrativos passam a administrar bens e equipamentos das unidades, utilizando modernas técnicas de gestão e estabelecendo relação de parceria entre o Estado e a sociedade. O controle de fiscalizar e garantir a eficiência das políticas públicas de saúde continua sendo do Governo do Estado. As OSs são uma resposta do Estado do Rio de Janeiro ao problema da falta de profissionais de saúde, sobretudo médicos, um desafio que se repete em todo o Brasil.
- Esse é um problema identificado no país inteiro, problema de recursos humanos, especialmente de médicos. Situação crítica em todo país. Estamos implantando o modelo de OSs para tentar enfrentar esse tipo de problema. A OS tem maleabilidade maior na contratação e assim garantir que tenhamos médicos para atender a população, Reconhecemos o desafio e por causa dele inauguramos esse novo modelo de gestão que é através das Organizações Sociais – esclarece o secretário Sérgio Côrtes.
UPAs em números - Implementadas a partir de 2007, as UPAs representam um modelo de sucesso na saúde pública estadual do Rio de Janeiro, ajudando a reduzir o fluxo nas grandes emergências, uma vez que a taxa de resolução dos casos ultrapassa 99,5%. Até o último dia 08 de julho, as UPAs tinham realizado 13.447.584 atendimentos e 9.439.314 exames laboratoriais, além de mais de 96.196.160 medicamentos distribuídos. O modelo foi adotado pelo Governo Federal em todo o país e pela Argentina, que importou a ideia.
- A UPA tem laboratório 24h e faz todo e qualquer exame, inclusive exames que só são realizados em Unidades de Terapia Intensiva. Mas para que a UPA funcione adequadamente é fundamental que a Prefeitura invista na Atenção Básica, invista no Programa de Saúde da Família, promovendo a saúde, prevenindo doenças e a UPA fique com os casos menores de urgência e emergência e, se for necessário, transferir para um hospital de grande emergência.
A UPA Mesquita fica na Avenida Costa e Silva, s/nº, Edson Passos.
http://www.saude.rj.gov.br/imprensa-materia-especial/12922-inauguracao-da-upa-de-mesquita-beneficia-780-mil-habitantes.html
Pesquisadores da USP desenvolvem chip para que pessoas com deficiência possam voltar a andar
Em Avatar, filme dirigido por James Cameron, o ex-fuzileiro Jake Sully (interpretado por Sam Worthington) é paraplégico. Mas, quando decide participar do Programa Avatar, suas conexões neurais o conectam a um avatar e então o ex-fuzileiro consegue andar. No filme, isso só ocorre quando o cérebro de Sully consegue controlar, de forma virtual, o seu avatar no belo mundo de Pandora.
No mundo real, apesar de muitos estudos científicos sobre o tema, ainda não é possível fazer uma pessoa com as limitações de Jake Sully voltar a andar. Mas cientistas brasileiros estimam que isso pode começar a ocorrer em 2030. A ideia de pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP), campus de São Carlos, é que um chip seja implantado na parte mais externa do córtex cerebral. Quando for ativado, esse dispositivo poderá comandar os movimentos de uma pessoa com deficiência física por meio de um exoesqueleto (espécie de esqueleto artificial feito de metais resistentes). Em entrevista à Agência Brasil, Mario Alexandre Gazziro, professor do Departamento de Ciência da Computação da USP, explicou:
— À medida que um campo magnético mantido fora da cabeça se aproximasse desse chip, ele iria se energizar e passaria a ler e enviar os comandos do cérebro para fora, utilizando essa mesma energia.
O mecanismo está em estudo por um grupo de pesquisadores de São Carlos, do qual participa Gazziro. A pesquisa está sendo desenvolvida em parceria com a Universidade do Sul da Flórida, nos Estados Unidos, com a participação do professor Stephen Saddow. O professor da USP disse:
— Certamente essa é a solução mais promissora para fazer com que, por meio de esqueletos mecânicos ou robotizados, paraplégicos e pessoas com outras deficiências voltem a andar de novo.
Atualmente, segundo ele, o que existe em termos de experimento nesse sentido é a instalação de eletrodos no cérebro.
— O que se faz é colocar o eletrodo dentro do cérebro, diretamente, nos experimentos. Não está disponível comercialmente nem foi aprovado pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária].
O novo chip, no entanto, funcionaria de forma semelhante ao sistema implantado no personagem Neo, do filme Matrix, mas sem o uso de um fio.
— Imagine que aquela conexão na cabeça que é feita neles [personagens do filme] seria feita só de se chegar próximo [à cabeça]. Esta é a nossa proposta: uma interface em que colocamos um chip dentro do cérebro e ‘conversamos’ com o chip só de chegarmos próximo [a ele].
Além do chip sem fio, uma condição para que um paraplégico volte a andar, nessa situação, será o desenvolvimento de exoesqueletos.
— Precisará ter um exoesqueleto, um esqueleto [robótico] para movimentar perna e braço. Esse exoesqueleto teria uma antena, escondida embaixo do cabelo. O chip seria colocado em uma região específica do córtex. E a pessoa aprenderia a usar aquele membro eletrônico. Seria como aprender a andar de novo.
Segundo Gazziro, a tecnologia de criação do exoesqueleto está bem encaminhada.
A pesquisa, que será desenvolvida no instituto durante três anos, pretende focar no desenvolvimento de chips sem fio e de baixo consumo. Eles serão feitos com material biocompatível, como o carbeto de silício, que, segundo a equipe de pesquisa coordenada por Saddow, tem a propriedade necessária para desenvolver uma interface cerebral.
— É um chip especificamente desenhado para ser interligado ao córtex motor. O que fazemos aqui é uma complementação do estudo do professor Miguel Nicolelis [que pretende construir um exoesqueleto robótico, comandado diretamente pelo cérebro, para que pessoas com paralisia voltem a andar], que temconhecimento das pesquisas feitas em São Carlos. O que fazemos é propor uma solução para tirar o fio que atualmente seria usado em uma interface cerebral.
O estudo está dividido em duas partes. A primeira aborda a questão da biocompatibilidade, que já foi resolvida pela universidade norte-americana. A outra, considerada um gargalo no mundo científico, trata da redução do consumo de energia pelo chip, o que ficará a cargo dos pesquisadores da USP.
— Em parceria com o pessoal do sul da Flórida, estamos desenvolvendo novas técnicas para baixar o consumo do chip de forma que, nos próximos quatro ou cinco anos, consigamos ter um com pouca energia conseguindo funcionar dentro do cérebro.
Depois de desenvolvido, o chip de baixo consumo será testado em ratos.
— Nossa estimativa é que isso [implantar o chip em ser humano com sucesso] possa vir a se tornar corriqueiro no dia a dia em torno de 2030. O processo de validação para humanos leva mais de dez anos. Estamos com o plano de terminar nossos chips entre 2018 e 2020. A partir daí, serão mais dez anos de estudos clínicos para poder validar para uso comercial.
O estudo, denominado Interface Neural Implantável, foi aprovado pelo programa Ciência sem Fronteiras, do governo federal, e tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
— Atualmente temos R$ 250 mil, que acabaram de ser aprovados. E estamos pleiteando mais R$ 2 milhões nos próximos anos. Mas, como vamos usar a fábrica de chip experimental da Flórida, esses R$ 250 mil já vão ser suficientes para fazer os primeiros. Não estamos com carência de recursos. Para cumprir essa meta para os primeiros chips, esse orçamento já cobre. Mas estamos pedindo mais orçamento para aprimorar e construir processos de fabricação industrial aqui.
Além de possibilitar que, no futuro, pessoas com deficiência possam voltar a andar, o projeto pretende impulsionar a pesquisa e a indústria nacional.
— Se esse projeto for bem administrado, mantendo a propriedade intelectual e fazendo a transferência para a indústria, ajudará não só as pessoas, mas a indústria médica no país. O interessante seria dar incentivo para que empresas nacionais, via incubadoras, fabricassem esses sistemas, podendo gerar renda [para o país].http://www.parceirodasaude.com.br/?p=1600
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